Lula irá iniciar sua semana na Argentina, em sua primeira viagem internacional desde que reassumiu o governo. O objetivo da visita é discutir a possível criação de uma moeda comum entre os países.
Antes mesmo do encontro, os dois presidentes já deixaram clara a intenção de fortalecer a região sul-americana por meio de um câmbio mais forte.
A ideia dos dois é criar uma moeda comum — adicional ao real e ao peso — que resista aos choques monetários e econômicos externos. Na teoria, isso reduziria a dependência do dólar, mas nosso Banco Central já rejeitou o plano em 2019.
O ministro da economia argentino afirmou até que, mais pra frente, BR e Argentina convidariam outros países latinos a aderirem essa moeda, o que poderia vir a ser o segundo maior bloco monetário do mundo — depois da zona do euro.
A situação está complicada para los hermanos; a Argentina viu os preços básicos do país quase dobrarem no ano passado, quando a taxa de inflação anual do país atingiu 94,8% — o nível mais alto nos últimos 30 anos.
O resultado da crise econômica do país faz com que R$ 1 seja equivalente quase $ 35 pesos argentinos. No ano de 2018, quando a situação era mais estável, a diferença em relação ao real flutuava entre 5 e 6 pesos.
Há quem diga que o plano da moeda comum sirva para aumentar a popularidade do presidente Fernández em ano de eleições, e uma forma de mostrar que ele tem tentado resolver a questão da desvalorização do peso argentino.
Bottom-line: A viagem de Lula também marca o retorno do Brasil à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), da qual o país saiu por ordem de Bolsonaro, que se recusou a participar do grupo regional devido à presença de Cuba e Venezuela.