Ontem, o presidente foi ao Uruguai e o maior destaque ficou para as falas dele em torno do Mercosul e para o adjetivo que deu ao antigo presidente Michel Temer.
A começar pelo que o povo gosta — a treta —, Lula chamou o ex-vice do PT de golpista ao falar da situação do país no momento em que o partido reassumiu a presidência depois de dois presidentes não-petistas.
“Tudo que fiz de política social durante 13 anos de governo foi destruído em 7 anos. Três do golpista Michel Temer e 4 do governo Bolsonaro.”
Em resposta, Temer rebateu — com certa ironia — a fala de Lula, negando qualquer golpe e listando índices que, segundo ele, mostram a melhora do cenário do país durante os anos em que esteve como presidente.
Também no encontro com o presidente uruguaio, Lula afirmou estar totalmente de acordo em renovar o Mercosul, mas defendeu a negociação em bloco com países de fora.
Contexto: Apesar do acordo do Mercosul não permitir, Uruguai está em fases avançadas para um tratado de livre comércio com a China, o que não agrada muito o grupo, que geralmente negocia em bloco.
Isso impactaria toda a América do Sul, considerando que os produtos chineses dominariam parte do mercado uruguaio e, consequentemente, de toda a região — uma vez que o comércio entre os membros do Mercosul já é facilitado. Com isso, Lula afirmou entender que o presidente uruguaio está defendendo os interesses do seu país, mas pontuou que deseja reformar o bloco do Mercosul para negociar com a China e outros países de maneira conjunta. Ainda tem água pra passar por baixo dessa ponte…